Saiba o que é o coronavírus, doença que pode ter infectado mulher no Brasil

Novo vírus já atingiu 400 pessoas na China e causou 17 mortes, doença já chegou nos Estados Unidos também.

Uma mulher está internada no Hospital Eduardo de Menezes, em Belo Horizonte, suspeita de ter contraído o coronavírus. O novo vírus, da família do SARS, matou 17 pessoas na China e registrou até o momento pouco mais de 400 casos de infecção.

A Secretaria Estadual de Saúde de Minas Gerais informou, nesta quarta-feira (22), que o suposto caso ocorrido na capital mineira está sendo investigado, e revelou que a mulher possivelmente infectada veio de Xangay, na China, há poucos dias.

Vários países asiáticos e o Estados Unidos instalaram zonas de controle e detecção para os passageiros vindos de Wuhan, a cidade chinesa onde o vírus foi identificado pela primeira vez. 

– O que é o Coronavírus –

O vírus pertence a uma cepa desconhecida de coronavírus, uma família de patógenos que inclui desde resfriados comuns até a Síndrome Respiratória Aguda Severa (SARS), que matou 349 pessoas na China continental e 299 em Hong Kong, entre os anos de 2002 e 2003.

Arnaud Fontanet, à frente do departamento de epidemologia do Instituto Pasteur, em Paris, explicou à AFP que a cepa do vírus atual é 80% idêntica geneticamente a da SARS.

A China compartilhou o genoma do vírus com cientistas de outros países, que foi temporariamente denominado de “2019-nCoV”.

– Contágio entre humanos –

A Organização Mundial da Saúde (OMS) anunciou na última segunda-feira (20) acreditar que a fonte primária do surto do vírus seja de origem animal, e as autoridades de Wuhan indicaram que o centro da epidemia está situado em um mercado de peixe. 

Posteriormente, a China explicou que o vírus é transmitido diretamente entre humanos, sem haver a necessidade de contato com a área epidêmica.

A médica Nathalie MacDermott, do King’s College London, informou que o vírus poderia ser transmitido por via área quando a pessoa infectada tosse ou espirra. 

Ambas estimativas são maiores do que os números divulgado oficialmente.

– Mais leve que a SARS –

Comparados com os sintomas da SARS, esse novo vírus parece ser menos agressivo. Segundo os especialistas, o balanço de mortos é também relativamente baixo. 

“É difícil comparar essa doença com a SARS”, comentou Zhong Nanshan, um respeitado cientista da Comissão Nacional de Saúde da China, em uma coletiva de imprensa nesta semana. “É leve. O impacto no pulmão não é como a SARS”. 

Embora o vírus tenha características mais suaves, também exige atenção. Por ser mais leve, ele permite que as pessoas continuem se movimentando e lidando com grandes públicos sem que se perceba a presença da doença, alertam os especialistas. 

– Emergência de saúde pública internacional? –

A OMS se reunirá na próxima quarta-feira (22) para decidir se o surto deve ser considerado uma “emergência de saúde pública internacional”. 

O órgão utilizou essa denominação poucas vezes, como no caso do vírus H1N1 (2009), na epidemia do vírus Ebola (2014-2016) ou no vírus da Zika (2016).

O governo chinês classificou o surto da mesma forma que a SARS, o que implica aos infectados seguir uma quarentena obrigatória e possíveis restrições de viagem.

*Com AFP

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