Futebol: sobrevivente da tragédia com avião da Chapecoense se diz injustiçado

Futebol: sobrevivente da tragédia com avião da Chapecoense se diz injustiçado

O zagueiro Neto, um dos sobreviventes da queda do avião que levava o time da Chapecoense para a final da Copa Sul-Americana, em 2016, voltou a criticar a postura das seguradoras da aeronave que caiu na Colômbia.

Atualmente Hélio Neto é superintendente de futebol da Chape e uma das pessoas mais atuantes na luta das famílias por indenizações.

Em entrevista ao jornal argentino Olé ele afirmou se sentir injustiçado pela proposta feita pela corretora de seguros AON e que se sentiu usado como produto com as propostas das seguradoras Tokio Marine Kiln e Bisa, que seriam as responsáveis pelas apólices.

“Nos ofereceram um fundo humanitário de 225 mil dólares [cerca de R$1,124 milhão], mas quem aceita deve assinar um compromisso de não julgar a empresa. As pessoas precisam saber que coisas injustas acontecem conosco. Eles nos usam como produtos deles e nós não somos”, disse o ex-jogador.

As indenizações referentes ao seguro da aeronave ainda não foram pagas mesmo três anos depois do acontecido.

“Se eles sabiam, como saiu sem seguro e gasolina? Como a Bolívia permitiu que decolasse?”.

As famílias tiveram acesso a um documento comprovando a queda do valor do seguro de R$1,24 bilhão em 2015 para R$ 104 milhões em 2016 após renovação feita pela corretora quando a AON junto à seguradora Bisa e à LaMia, que excluía voos que passassem pelo território colombiano.

Em setembro de 2019, Neto e algumas viúvas de ex-jogadores viajaram para a sede da empresa em Londres.
Atualmente, uma CPI no Senado busca reparações financeiras para as famílias.

Um processo também corre na justiça federal, mas Neto cobrou posicionamento maior do governo brasileiro.

“Eu sou um sobrevivente e, como ex-jogador, porque não podia jogar, recebi um seguro que era 20% do que era devido a mim. Mas todas as famílias careciam de compensação. Por exemplo, em relação à Bolívia e Colômbia, esses países precisam se envolver. Também no Brasil, porque 90% dos passageiros eram brasileiros. Se um avião argentino cair em outro país, como a Bolívia, o governo argentino deve tomar uma posição. Agora, os senadores descobriram algumas coisas, em relação ao seguro, e acontece que não há nada e ninguém para nos ajudar” disse.


Fonte: Catve/Olé

Compartilhe!