Historeando: GIL GOMES, Pai do telejornalismo policial da TV Brasileira

Historeando:  GIL GOMES, Pai do telejornalismo policial da TV Brasileira

Ao longo de quase 60 anos de carreira, Gil Gomes foi a voz que levou aos lares brasileiros os piores crimes e desgraças ocorridas no país. Na época do auge, Gomes era o personagem principal do programa “Aqui Agora”, atração jornalística policial sensacionalista, que ficou durante anos na grade de programação do SBT e ajudou a alterar a percepção dos brasileiros sobre violência, mídia e criminalidade.

Nascido em 1940, Gil Gomes era paulista, de Sorocaba mas foi criado na Mooca, tradicional bairro da cidade de São Paulo. Quando criança, vendia balas e doces nos semáforos e acompanhava atônito partidas de futebol do seu time de coração, a Portuguesa. Gago de nascença, Gil alimentava o sonho de narrar jogos de futebol e histórias. Aos 14 anos, entrou para o grupo de Marianos da Igreja Católica, onde passou a fazer locuções em quermesses. As técnicas da locução ajudavam a diminuir os entraves causados pelo problema na fala.

Foi narrando um desses eventos católicos, que Gomes conseguiu seu primeiro emprego, na Rádio Progresso e em seguida na Rádio Marconi. No final dos anos 60, por acaso, ocorreu uma coincidência que transformaria o jornalista no maior repórter policial da história do país. No prédio da Marconi, estava ocorrendo um caso de agressão sexual. Gil Gomes ficou sabendo do ocorrido por telefone, e, por impulso, saiu do estúdio e foi cobrir o caso em tempo real. A história foi tão bem contada que, naquele dia, a rádio bateu o recorde histórico de audiência e, ali, o jornalista descobriu a fórmula do sucesso: A cobertura de eventos violentos ao vivo.

A voz de Gomes causava arrepios e trazia ao ouvinte e, posteriormente, espectador, um suspense único. O auge se deu no programa “Aqui Agora”, no SBT, no qual cobriu as piores desgraças e crimes da história da capital e do interior paulista. O estilo Gil Gomes de jornalismo se espalhou pelo país e se tornou uma fórmula até hoje usada pelos programas televisivos dos fins de tarde no Brasil.

Depois de muitos anos atuando ininterruptamente em rádios e canais de TV, Gil Gomes ficou afastado da tela de 2005 a 2014 por ter sido diagnosticado com Parkinson. Em 2015, foi procurado pela rede Record de TV, a qual realizou uma grande reportagem sobre sua história. Voltou a trabalhar em 2016, para a TV Ultrafarma. Em 2018, faleceu vítima de um câncer no fígado.

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