A Conferência da ONU sobre o Clima (COP30) acontecerá no Brasil em 2025 — e a sede escolhida foi Belém (PA). Mas por que uma das cidades com menor infraestrutura entre as capitais? A resposta vai além da logística: envolve justiça climática, desigualdade e representatividade ambiental.

O Brasil acaba de anunciar que sediará a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30) em Belém, no Pará, entre 29 e 31 de novembro de 2025.

Por que escolher Belém, uma das cidades mais pobres do país?

  1. Símbolo estratégico de desigualdade e vulnerabilidade
    A escolha é proposital: Belém, localizada na Amazônia, convive com pobreza, desmatamento e impactos climáticos. A sede visa colocar essas realidades à vista dos líderes mundiais, aproximando o debate de quem mais sofre com as mudanças ambientais.
  2. Enfoque em soluções inclusivas e locais
    O Brasil quer que a COP30 seja vista como uma “Conferência de Soluções”, promovendo políticas que beneficiem populações menos favorecidas, com pauta em temas como financiamento climático, preservação da floresta e desenvolvimento sustentável.

Compare Belém com outras capitais brasileiras:

  • IDH (Índice de Desenvolvimento Humano): Belém tem 0,746 — abaixo de cidades como Curitiba (0,823) e Brasília (0,824).
  • PIB per capita anual: Enquanto Brasília gira em torno de R$ 70 mil por pessoa, Belém está abaixo de R$ 20 mil.

Esses números expõem a desigualdade regional. Ao sediar a COP30 em Belém, o Brasil convida o mundo a enxergar de perto os impactos da mudança climática sobre quem tem menos recursos para se proteger dela.

Desafios operacionais:
A cidade enfrenta limitações em infraestrutura e hospedagem. Para acomodar delegações internacionais, o governo planeja usar navios de cruzeiro e priorizar países em desenvolvimento para garantir inclusão real na conferência