Ingrediente da cerveja é da mesma família da maconha

Quando falamos em lúpulo (Humulus lupulus), a primeira coisa que nos vem à cabeça é cerveja. Isso se deve principalmente ao fato de que cerca de 98% do lúpulo cultivado hoje em dia é usado para ajudar na preservação e na aromatização dessa bebida.

O lúpulo, planta da mesma família da maconha (Cannabaceae), além de ser usado na indústria cervejeira, está presente na produção de papel e na fabricação de cordas, podendo ainda ser usado no tratamento de problemas hepáticos e digestivos.

O lúpulo é uma trepadeira perene, atingindo cerca de 2 m de altura, e é nativo da Europa Setentrional e Oriente Médio. Na primavera, as plantas começam a se enrolar em qualquer tipo de suporte, já, no inverno, as folhas caem e apenas o sistema subterrâneo permanece vivo. Desenvolve-se em locais ricos em húmus, daí o nome do gênero Humulus.
A planta apresenta indivíduos machos e fêmeas, ou seja, ela é dioica. As flores encontradas na planta fêmea apresentam-se agrupadas em cachos e possuem grande quantidade de resina e óleos essenciais, que são responsáveis pelo sabor e aroma inconfundível da cerveja. São essas flores que são utilizadas para a produção da bebida.

Após o lúpulo ser colhido, ele precisa ser secado e só aí é enviado para a fabricação da cerveja. Deve ser mantido em locais frescos, secos e sem contato com o oxigênio, uma vez que as resinas podem sofrer degradação se expostas a esse gás.

Usado desde o século XIII, o lúpulo não apresenta apenas a função de dar gosto à bebida, ele tem função antisséptica, além de dar estabilidade à espuma. A planta também é uma fonte de antioxidantes em virtude da presença de alguns flavonoides.

Antes da adição do lúpulo à cerveja (que até então não recebia esse nome), a bebida era muito adocicada, perecia rapidamente e recebia o nome de Ale. A cerveja era feita a partir de cevada maltada e eram adicionadas especiarias, como o alecrim-do-norte. A adição de lúpulo fez o ale tornar-se mais duradouro, transformando-o na conhecida cerveja.

Estima-se que sejam usadas mais de 40 variedades da planta para a produção de cerveja, o que explica os variados sabores. No Brasil, o lúpulo não é cultivado em razão das condições climáticas do nosso país. Nossas cervejas são produzidas com o produto importado da Europa e Estados Unidos.

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