
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), presa na Itália desde 29 de julho, escreveu uma carta ao ministro da Justiça italiano, Carlo Nordio, nesta quinta-feira (9/10), informando o início de uma greve de fome em protesto após a Justiça do país negar recurso apresentado pela defesa. Ela disse que voltará a comer apenas se ele negar a sua extradição.
Com a determinação de Nordio, foi decidido que a parlamentar permanecerá presa em regime fechado enquanto espera o processo de extradição. Zambelli o acusa de acolher “a decisão injusta e sem provas de um juiz brasileiro, que foi recentemente sancionado pelo presidente (Donald) Trump”, em referência ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
A parlamentar afirma ser “vítima de uma perseguição política” e diz que uma “pressão” do governo brasileiro contra o ministro italiano provocou a decisão pela manutenção da prisão.
“O senhor está do lado que apoia Hamas, tráfico de drogas, terrorismo, irã, regimes narcoditadores como na Venezuela, ditadura de Cuba, entre outros pela América do Sul e África. De mãos dadas com o presidente que disse não à extradição de Cesare Battisti, mesmo ele não sendo cidadão brasileiro”, disse sobre Carlo Nordio.
Antes de ser detida, Zambelli estava na lista de procurados da Interpol, a polícia internacional. Ela foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão por causa da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
O Brasil pede a extradição dela. Se o pedido for julgado procedente, a Itália vai deliberar sobre as condições de entrega da parlamentar, conforme o Código de Processo Penal do país.
Segundo a investigação da Polícia Federal, a deputada e o hacker Walter Delgatti Netto teriam invadido seis sistemas do Judiciário por 13 vezes. O objetivo era desacreditar o processo eleitoral brasileiro e colocar a opinião pública contra as instituições democráticas.
Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular