O Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) já contabilizou cerca de 300 ataques de cachorros no estado desde o início de 2025. O dado preocupa especialmente porque a maioria dos casos acontece no ambiente doméstico, onde as pessoas geralmente se sentem mais seguras.

No último domingo (21/09), em Piraquara, os bombeiros atenderam uma ocorrência envolvendo uma criança de apenas 3 anos que foi atacada por um cachorro no quintal de sua própria casa. A menina sofreu ferimentos graves na região da cabeça e do rosto. A babá, que tentou interromper o ataque, também ficou ferida.

Outro caso recente aconteceu nesta terça-feira (23/09), no bairro Cajuru, em Curitiba. Uma mulher foi atacada pelo próprio cão da família, um animal de 16 anos que está com eles desde filhote. Segundo informações do CBMPR, a vítima sofreu ferimentos em um dos braços e precisou de atendimento do Siate.

Ao avistar um cachorro potencialmente agressivo, seja em ambiente público ou privado, os bombeiros recomendam evitar o contato, manter distância e acionar autoridades como a prefeitura do município ou os números de emergência.

“Quando se mexe na comida ou em um brinquedo do cachorro, ele pode se tornar muito agressivo”, afirma a capitã Luisiana Guimarães Cavalca. “Mesmo dóceis, os cães podem ter atitudes inesperadas por instinto de defesa, o que exige atenção”.

Como fazer o cão soltar a vítima

Para quem presencia um ataque a uma pessoa ou outro animal, a orientação é tomar cuidado para não se tornar também uma vítima. “Pode-se jogar água com um balde ou mangueira para assustar o animal. Mesmo um extintor de incêndio pode ser usado”, explica.

A capitã informa que, em casos extremos, um cabo de vassoura pode ser colocado entre os molares do cachorro para forçá-lo a soltar a vítima. “É importante ressaltar que bater no cachorro ou puxá-lo não vai fazer com que solte e pode inclusive piorar a lesão de quem está sendo atacado”, afirma Luisiana.

Existem sinais de alerta que podem indicar um ataque iminente. A postura dos cães, com rosnados, olhares fixos e a cabeça baixa em relação ao corpo, sugere que o animal está alerta e pronto para atacar. “Nesse momento, o melhor a fazer é sair de perto e procurar um lugar seguro”, orienta a capitã.

Ao ver uma pessoa ou animal sendo atacado, antes de tudo deve-se chamar o Corpo de Bombeiros Militar do Paraná (CBMPR) pelo telefone 193, relatar a ocorrência e aguardar o socorro.

Ataque nas ruas

Ataques de cães nas ruas podem gerar problemas com a Justiça. De acordo com o delegado-chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), Guilherme Dias, os tutores de cães que cometam ataques a pessoas ou animais em vias públicas estão sujeitos à responsabilização por omissão de cautela. “Ou até mesmo por lesão corporal na posição de garantidor”, explica.

Segundo a Lei das Contravenções Penais, a omissão de cautela pode dar prisão de 10 dias a 2 meses ou multa. Já a pena por lesão corporal é de 3 meses a um ano. A orientação da Polícia Civil do Paraná (PCPR) é de sempre registrar boletins de ocorrência sobre ataques de cães que tenham donos, que podem ser feitos presencialmente nas delegacias ou on-line pelo link.

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