
O Ministério Público do Paraná, por meio da 7ª Promotoria de Justiça de Londrina, no Norte-Central do estado, emitiu recomendação administrativa dirigida à diretoria de uma torcida organizada da cidade com medidas de caráter urgente para prevenir “a repetição de atos de violência e garantir a segurança do público”, especialmente considerando a proximidade da partida entre o Londrina Esporte Clube e o São Bernardo FC, marcada para o próximo sábado, 11 de outubro.
Áudio da Promotora de Justiça Fernanda Bertoncini Menezes
A recomendação determina que a sede da torcida permaneça fechada e sem qualquer tipo de atividade ou concentração de pessoas no dia 11 de outubro, da meia-noite até seis horas após o término do jogo, e nas datas dos próximos três jogos em que o Londrina Esporte Clube será o mandante, ou seja, jogará em seu estádio. Recomenda-se também a ampla divulgação, nos canais oficiais da torcida, sobre o fechamento da sede e a política de tolerância zero com qualquer ato de violência ou desordem.
Inquérito civil – Paralelamente, o MPPR instaurou inquérito civil para apurar a responsabilidade da torcida organizada por reiterados atos de violência e de desordem em eventos esportivos. No âmbito do procedimento, a Promotoria de Justiça determinou, entre outras diligências, a notificação do representante legal da torcida para que preste esclarecimentos e apresente uma lista completa e atualizada de todos os seus membros.
O Ministério Público também oficiou o 5º Batalhão da Polícia Militar para que encaminhe imagens e cópias de boletins de ocorrência e da ata de uma reunião realizada com a torcida. O Londrina Esporte Clube também foi notificado a informar as medidas de segurança adotadas e a fornecer imagens do circuito interno de segurança do estádio, além de documentos sobre a cessão do terreno onde está localizada a sede da torcida.
Considerando a proximidade do Estádio Vitorino Gonçalves Dias da Maternidade Municipal de Londrina e do Pronto Atendimento Infantil, o MPPR ainda oficiou as direções dos dois estabelecimentos para que relatem eventuais impactos e transtornos causados em dias de jogos, como perturbação do sossego de pacientes e incursões de fumaça de sinalizadores ou de artefatos químicos nas dependências dos hospitais. A medida foi adotada em atenção a grave ameaça à segurança e à saúde.
Casos de violência – A atuação do Ministério Público foi motivada pelo recebimento de diversos boletins de ocorrência e relatórios técnicos da Polícia Militar do Paraná, que noticiaram graves episódios de violência envolvendo a torcida. Entre os fatos que basearam a instauração do procedimento, destacam-se ocorrências em 26 de julho deste ano, quando membros da torcida tentaram emboscar torcedores adversários e atacaram a escolta policial com pedras, garrafas e paralelepípedos.
Outro episódio de violência ocorreu no último dia 14 de setembro, após um jogo do Londrina Esporte Clube, quando membros da torcida, insatisfeitos com o resultado, promoveram um tumulto, com agressões físicas a jogadores e comissão técnica, incluindo um atleta que segurava seu filho no colo. Na ocasião, houve arremesso de objetos e tentativa de invasão do vestiário, o que exigiu o uso de força policial para restabelecer a ordem.
O MPPR ressalta que, embora a própria torcida organizada tenha admitido a ocorrência dos atos e afirmado ter “identificado e punido” os envolvidos, os episódios de violência se repetiram, mesmo após um compromisso de paz firmado com a Polícia Militar.
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