Polícia prende família de líderes religiosos envolvida em trabalho escravo infantil em Maringá

Polícia prende família de líderes religiosos envolvida em trabalho escravo infantil em Maringá

A Polícia Civil do Paraná (PCPR) prendeu nesta sexta-feira, 23, líderes da Igreja das Nações da Poderosa Mão de Deus. Foram presos o pastor responsável, a esposa e o filho durante uma operação. De acordo com a polícia, os líderes religiosos estariam envolvidos no aliciamento de crianças e adolescentes com intuito de submetê-las ao trabalho escravo.

Ao menos cinco crianças foram vítimas dos criminosos. “Eles utilizavam essas crianças para a venda de pizzas afirmando que a ação seria uma obra divina e que o dinheiro seria doado para crianças com câncer”, explicou a delegada do Nucria (Núcleo de Proteção a Criança e Adolescente) Karen Friedrich responsável pelas investigações e pela operação de sexta.

Dezoito policiais civis participaram da operação, que contou com o apoio da Vigilância Sanitária e do Conselho Tutelar. Segundo a PC, após o aliciamento, os menores eram submetidos ao trabalho forçado, em jornada excessiva. Os suspeitos ainda obrigavam as crianças a prestar contas relacionadas às vendas, por meio de ameaças e agressões físicas e verbais.

Uma das vítimas, de 13 anos, foi subtraída dos pais para trabalhar como empregada doméstica na casa da família de pastores. Os pais que tentavam contestar os métodos do grupo – de acordo com as investigações – também eram agredidos e ameaçados. A operação apreendeu dinheiro, cheques, documentos, uma pistola, entre outros.

Na igreja onde foram cumpridos alguns mandados, a Vigilância flagrou grande quantidade de produtos usados na confecção de pizzas armazenadas de forma irregular, fora da temperatura de acondicionamento ideal, sem data de validade e sem procedência.

“Alimentos nessa situação colocam em risco a saúde de quem consome. Não havia condições de higiene adequadas no local”, explica a fiscal da Vigilância Sanitária, Samantha Cristina Bego. Todos os produtos foram apreendidos e serão descartados. A igreja receberá um auto de infração.

Segundo a prefeitura, a mesma igreja foi flagrada descumprindo o decreto municipal em prevenção ao coronavirus no ano passado. Na oportunidade, o pastor tentou enganar o Grupo de Gestão Integrada (GGI) ao ser flagrado em culto, alegando que era apenas uma reunião de pessoas que moravam na igreja. O que não era verdade.

O culto foi registrado em fotos e vídeos pelo GGI e aos poucos os fiéis foram deixando o local, inclusive o pastor e sua família. A igreja era reincidente no descumprimento, tendo sido, na época, notificada e fechada na semana anterior.

A reportagem entrou em contato com os telefones da Igreja, mas não conseguiu contato com os responsáveis.

Fonte: O Dia na Cidade

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