
O que começou a partir de uma vivencia dentro da casa do jovem José Guilherme Pereira da Luz, de 18 anos, pode virar uma solução para inúmeras pessoas que enfrentam dificuldades na fala.
Isso porque, um projeto criado por ele, quando ainda era aluno do Colégio Estadual Professor Pedro Carli, em Guarapuava, na região Centro-Sul do Paraná, promete facilitar a comunicação de quem possui dificuldade por meio de smart gloves, ou, em português, luvas inteligentes.
A tecnologia consiste em converter os movimentos dos dedos em mensagens exibidas em uma tela de computador. Cada movimento pode acionar afirmações pré-programadas, como “tenho sede”, “sinto dor” ou “preciso ir ao banheiro”, que aparecem na interface do site e podem ser enviadas para celulares de cuidadores ou de familiares em tempo real. Há ainda suporte para áudio, simulando a fala do usuário.
Projeto de luvas inteligentes está em processo de validação
Para criar o projeto, José Guilherme se inspirou na história do avô, que sofreu um Acidente Vascular Cerebra (AVC) há alguns anos e, na época, teve consequências diretas na comunicação.
“Tínhamos dificuldade de entender o que ele queria nos dizer. Víamos que estava com dor, mas ele não conseguia nos dizer onde era e ficávamos muito aflitos. Fico imaginando que, se eu já tivesse desenvolvido essa ferramenta naquela época, como a vida do meu avô teria sido diferente”, lembra.

A ideia ganhou forma nas aulas de Programação, Robótica e Pensamento Computacional, ministradas pelo professor Willian Schön Lopes. Em 2024, o dispositivo foi reconhecido entre os melhores projetos da Jornada Educatech, organizada pela Fundação Araucária e a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Seti).
“Tivemos um retorno bem positivo de profissionais para quem apresentamos o dispositivo. Quem sabe não se torna realidade nos processos de reabilitação futuramente”, reitera o professor.
Apesar do reconhecimento, o projeto ainda está em processo de validação com profissionais da saúde, testes com o público-alvo e trâmite de patente. Porém, a expectativa é de que a tecnologia avance para produção em larga escala, ampliando o acesso e o impacto social da inovação.

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