Antes mesmo de chegar a famosa “terceira idade”, as costas dão sinais que os olhos fazem de conta que não percebem. Zanon Macedo, colunista da Tribuna e produtor de conteúdo voltado ao mundo fitness, explica que aceitar o processo natural da vida é fundamental para começar a investir no próprio bem-estar após os 60 anos.

A partir de uma certa idade, o corpo e a mente não são mais os mesmos e, por isso, nem toda atividade é recomendável, explica Zanon. O importante, segundo o especialista, é buscar investir no fortalecimento dos músculos, ganhar condicionamento físico e emagrecer, sempre colocando os próprios limites na balança.

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“Eu gosto de usar duas regras: respeite seu corpo acima de tudo, pois a dor foi feita para ser respeitada, mas gere uma progressão constante no seu treino. Não é fazer o mesmo treino o resto da vida. Procure ser 1% melhor a cada dia”, explica.

A constância é difícil de manter independente da idade, mas com o envelhecimento, ela é ainda mais necessária para garantir benefícios para saúde física e mental. Zanon destaca que o ideal nesta fase da vida é se desafiar. Se não evolui, o corpo estagna.

Mente a mil, vitalidade garantida

Estudos científicos recentes ligados a geriatria apontam que, além da prática de exercício físico, a participação e o convívio em grupo é o que garante vitalidade ao longo da vida. A Prefeitura de Curitiba atua nesta frente através da Secretaria Municipal do Desenvolvimento Humano.

Eluane Sanchez, gerente do Departamento da Política para a Pessoa Idosa, explica que hoje, na capital, são aproximadamente 300 mil idosos. Segundo ela, enquanto a ciência vem com a comprovação da importância deste convívio, a política pública atua na busca de facilitar o acesso da população a esses tipos de encontro.

Hoje, o município promove aulas, feiras, oficinas, cursos, entre outras atividades para todos os grupos de maneira gratuita. Segundo Eluane, a prefeitura já avançou na oferta de programas voltados ao esporte e lazer, mas ainda avança na estimulação cognitiva.

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“Nós temos um problema ocasionado pela pandemia que foi o isolamento. A partir do momento em que mais pessoas envelhecem, a gente também tem um crescimento do uso da tecnologia de forma negativa. Assim como os adolescentes, os idosos também ficam rolando o feed das redes sociais. Isso é prejudicial para a saúde cognitiva”, explica.

Para isso, Eluane destaca que o município tem trabalhado em ações que promovam a mudança de paradigmas.

“Precisamos mudar essa ideia de que primeiro a gente aprende, depois a gente ensina e depois só acompanha as outras gerações”, comenta.

Maria Caroline Waldrigues é enfermeira mestre em educação e pós-graduada em Envelhecimento Saudável: Prevenção, Tratamento e Cuidado. Segundo ela, os ganhos para a saúde mental através de atividades físicas, principalmente, as realizadas em grupo, estão ligadas, especialmente, com a questão do combate à ansiedade e à depressão.

“Uma vez que os neurotransmissores, as endorfinas e serotoninas, atuam diretamente no cérebro, melhoramos o humor, a sensação de prazer, de bem-estar, e colocamos para longe esses sintomas e sinais da depressão”, destaca.

Segundo a coordenadora dos cursos de Tecnologia e Bacharelado em Gerontologia do Centro Universitário Internacional UNINTER, a partir dos exercícios físicos também é possível notar uma melhora da capacidade funcional, ganhando maior autonomia, equilíbrio e flexibilidade. Por conta da melhora na circulação, ainda é possível trabalhar a função cognitiva combatendo o isolamento social.

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Ao participar de grupos, conversando, interagindo, conhecendo, tudo isso faz com que, consequentemente, aumente a possibilidade de estreitar vínculos, se comunicar melhor, e se autoconhecer através de uma nova visão, explica Maria Caroline.

Para Eluane, é imprescindível que as pessoas trabalhem os estigmas que envolvem a terceira idade nelas mesmas para que elas possam buscar se inserir em atividades que permitam um contato próximo com a diversidade. Segundo a gerente, a partir dessa percepção, se garante um envelhecimento mais saudável e ativo. “Em todas as idades, a convivência com a diversidade nos faz diferente”, afirma.

Zanon compartilha da mesma ideia. Segundo ele, hoje em dia, a idade passou a ser apenas um número impresso no documento. Se você é uma pessoa que busca alternativas para manter a energia e a disposição de quando era jovem, você assegura para sua versão do futuro uma maior qualidade de vida. De acordo com ele, não se cuida para viver mais, mas sim para viver melhor.

“É para você poder aproveitar mais a vida quando você mais tem tempo. O principal benefício para quem está ficando velho é a vitalidade”, destaca.

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