
Com o episódio 10, Dexter: Ressurreição chega a um final nada surpreendente para sua 1ª temporada.
Chegou ao fim a 1ª temporada de Dexter: Ressurreição. Enquanto algumas pontas soltas são amarradas em um laço (assassino), outros fios da trama permanecem em aberto, apontando para a 2ª temporada e o futuro de Dexter. A maior surpresa, no entanto, aguarda na cena final desta primeira parte.
ATENÇÃO! Seguem spoilers do episódio 10 de Dexter: Ressurreição.
Dexter finaliza com uma aparição especial e um assassinato
Dexter: Ressurreição reviveu com sucesso o personagem de Michael C. Hall. O entusiasmo de fãs e críticos não pôde ser abalado nem mesmo pela morte do adorado Bastista (David Zayas) no episódio 9.
No episódio final da 1ª temporada, a produção surpreende mais uma vez ao resgatar um rosto marcante do passado. Brian Moser (Christian Camargo), o irmão serial killer de Dexter conhecido como o Assassino do Caminhão Refrigerado, faz uma aparição inesperada, ecoando as participações especiais já vistas no episódio da estreia.
Assim como acontece com Harry (James Remar), pai e guia moral de Dexter, Brian surge apenas como uma alucinação, refletindo os dilemas internos do protagonista. No entanto, mesmo diante dessa figura sombria de seu passado, Dexter permanece firme em seus sentimentos quanto à morte de Batista e fiel ao famoso “código de Harry”.
O grande jogo de gato e rato da temporada termina durante a gala policial do bilionário Leon Prater (Peter Dinklage): usando o celular do assassinado Batista, Dexter liga para seu filho Harrison (Jack Alcott), que se infiltra como garçom e liberta seu pai de sua prisão no cofre do colecionador de assassinos em série.
A chefe de segurança Charley (Uma Thurman) está farta de seu cliente e pede demissão. Prater, por outro lado, provou sangue após seu primeiro assassinato (o de Batista) e ameaça atirar em Harrison. Mas juntos, pai e filho conseguem dominá-lo com uma injeção tranquilizante e, no final, Prater acaba na mesa de matança de Dexter.
Nos minutos finais do episódio 10, Dexter se desfaz dos restos mortais de sua vítima em seu iate, tendo como pano de fundo a Estátua da Liberdade, em Nova York — como convém ao açougueiro de Bay Harbor — em sacos de lixo pretos que ele joga no oceano.
Aqui, ele reflete em sua voz mental que pode contar com Harrison para ajudá-lo a se tornar mais humano no futuro. Ao mesmo tempo, porém, ele também aceita sua identidade como assassino com seu “companheiro sinistro”. Ele não quer mais tentar ser normal. E então, de repente, ele fala diretamente com o público!

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Com quem Dexter conversa como narrador da série?
Ou você ama ou odeia: mas o narrador de Dexter tem sido uma parte importante da história do assassino em série desde a 1ª temporada da série original. Ele nos cativa com sua confiança e nos fornece insights sobre a mente do açougueiro de Bay Harbor.
Não poderia faltar na sequência, Dexter: New Blood. Mesmo na prequela, Dexter: Pecado Origina, os executivos da série decidiram trazer de volta o icônico monólogo interior de Michael C. Hall como uma narração de sua juventude.
Uma pergunta que os fãs nunca conseguiram responder completamente, embora tenha sido acaloradamente debatida em fóruns como o Reddit, foi: com quem Dexter está realmente falando quando está fora da tela?
Enquanto alguns estavam convencidos de que Dexter estava simplesmente falando consigo mesmo, permitindo que participássemos, outros acreditavam que ele estava se dirigindo ao seu falecido companheiro, seu pai, Harry, ou ao seu filho, Harrison, em seu discurso.
Ressurreição parece finalmente encerrar décadas de especulações e teorias após 19 anos de história da franquia. No clímax da série, Dexter se dirige diretamente ao público e afirma: “Mas quem estou enganando? É quem eu sou. É quem eu sou. Eu sou Dexter Morgan. Sou exatamente quem eu preciso ser. Exatamente quem vocês queriam que eu fosse”.
O “você” é a palavra-chave aqui, já que o personagem encara a câmera de maneira desconcertante. Com isso, o showrunner Clyde Phillips e sua equipe levam a narrativa a um nível quase metalinguístico: depois das críticas ferozes aos desfechos polêmicos das temporadas anteriores, a série parece atender ao desejo dos fãs de ver um Dexter que continua, implacavelmente, matando.
É verdade que o olhar para a câmera sempre foi um recurso utilizado em momentos-chave da trama, causando uma sensação de tensão semelhante a clássicos como Psicose. Mas aqui já algo novo: Dexter não apenas nos encara, ele fala diretamente conosco — como uma espécie de Deadpool sinistro e carismático, reforçando a conexão entre personagem e público.
Com a combinação do ângulo da câmera e da fala do público, Ressurreição pode ter finalmente resolvido o mistério da voz narrativa de Dexter. Nós somos os conspiradores a quem ele confia tudo. Somos nós que queremos vê-lo continuar assassinando. Somos sua verdadeira companheira sombria.