Quem visita a cooperativa de recicláveis da Corbélia, no bairro CIC, em Curitiba, pode se surpreender com o lado mais singelo da criatividade humana. Em meio a papelão, plástico e vidro, Dirceu da Silva, presidente da cooperativa, montou um museu com relíquias que chegam em meio ao lixo do dia a dia.

O espaço não é muito grande, mas é capaz de te levar através dos antigos bules para aquele café da tarde na casa da avó, ou para aquela partida de futebol inesquecível narrada naquele antigo rádio do seu pai. Lembra quando era dia de devolver o DVD na locadora para não pagar multa? Ou quando você ia tirar foto com uma câmera analógica e ao revelar só dava para ver os dedos do fotógrafo amador? Entre discos de vinil, calculadoras e ferro de passar, o local é como um santuário da reciclagem.

Dirceu conta que, a ideia começou junto com a cooperativa, há 11 anos. Ele se recorda que logo no início, os itens que chegavam pela coleta e que mais chamavam a sua atenção ele levava para casa. Conforme o acervo ficava cada vez maior, a esposa de Dirceu o intimou: “Onde vamos colocar tudo isso?”.

Foi aí que o presidente decidiu montar o museu dentro da própria cooperativa. A partir de então, o acervo só cresceu e, hoje, o número de itens passa de mil.

“Comecei a montar aqui e o pessoal também se interessou e tudo que nós encontramos fomos guardando ao longo desses 11 anos”, conta Dirceu.

Segundo o presidente, os itens “diferentões” da coleta tem diminuído ano após ano. O motivo é desconhecido, mas Dirceu garante que se um item se destacar entre o lixo, não há dúvidas: ele colocará no museu.

Museu da reciclagem
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

O local é aberto para visitação, principalmente para escolas. Segundo Dirceu, os mais jovens se surpreendem com a falta de tecnologia nos itens da diversa e curiosa coleção de Dirceu. Crianças e jovens que visitaram o local demonstraram não conhecer objetos como: lampião, moedor de carne e, até mesmo, DVD.

“Isso é tudo que as pessoas jogam no lixo, jogam fora. Coisas que as pessoas hoje em dia nem conhecem, né?”, explica.

Biblioteca para atender a comunidade

Além dos objetos que despertam curiosidade, Dirceu conta que há uma infinidade de livros que a população joga no lixo. Livros estes em boas condições, diga-se de passagem. Como uma forma de dar um fim melhor para esses itens, Dirceu decidiu criar uma biblioteca que atendesse a comunidade.

Museu da reciclagem
Foto: Átila Alberti/Tribuna do Paraná

No momento, Dirceu afirma que há três mil livros de diferentes tipos no acervo. A biblioteca será em um container instalado no terreno da cooperativa. O espaço ainda está ganhando formas, mas Dirceu já comemora a oportunidade de contribuir com a educação da vila e poder incentivar o hábito da leitura na região.

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