
Na manhã de quarta-feira (04), a Câmara Municipal de Curitiba abriu espaço para um tema essencial durante a Tribuna Livre: o funcionamento e os desafios da Rede de Atenção Psicossocial (Raps) na capital paranaense. A coordenadora de Saúde Mental da Secretaria Municipal de Saúde, Luciana Maísa da Silva Sydor, apresentou aos vereadores o panorama atual e também anunciou expansões no sistema.
Entre as novidades está a transformação do Centro de Atenção Psicossocial (Caps) Pinheirinho em Caps III, que passará a oferecer leitos para internações breves. Também está prevista a transferência do Caps Boqueirão para um espaço mais amplo e adequado, além da abertura de um novo Caps infantil na mesma região.
Luciana explicou que a Raps funciona como uma engrenagem bem articulada, combinando diferentes níveis de complexidade para garantir o cuidado integral. A porta de entrada prioritária é a atenção primária, presente nos bairros e próxima da realidade das comunidades. “A atenção primária conhece a cultura daquela comunidade, conhece aquela família e é responsável pelo cuidado continuado e integral do sujeito”, destacou.
Essa proximidade permite que profissionais generalistas realizem o primeiro acolhimento, contando com suporte de equipes especializadas em psicologia e psiquiatria. Para casos mais complexos, existem ambulatórios próprios e credenciados, teleatendimento para quem tem dificuldades de locomoção e equipes específicas para atendimento de crianças e adolescentes.
Os Centros de Atenção Psicossocial são destinados a situações em que o sofrimento psíquico já causa impactos profundos na vida da pessoa, como dificuldades para manter vínculos familiares ou permanecer no trabalho. “O Caps funciona de porta aberta. Você pode ir até um Caps e fazer uma busca ativa”, explicou Luciana.
A coordenadora ressaltou que a rede lida com situações de diferentes complexidades, desde casos que necessitam apenas de apoio ambulatorial até aqueles que exigem internações breves em hospitais psiquiátricos, monitoramento pelo Samu ou acompanhamento em residências terapêuticas. Estas casas acolhem pessoas que passaram décadas internadas em instituições e perderam parte da autonomia. “Essa rede trabalha em harmonia, a pessoa pode estar em dois, três pontos ao mesmo tempo. É uma rede que vai cuidar da pessoa, não é só um equipamento, por isso que é Raps”, declarou.
Outro ponto destacado foi a importância da Câmara Intersetorial de Saúde Mental, que reúne diferentes secretarias e regionais para debater problemas que afetam diretamente a saúde da população, como desemprego, violência ou situações de acúmulo de lixo e risco de epidemias.

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